Robinho avisou quando encontrou o superintendente são-paulino Marco Aurélio Cunha ao chegar à Arena Barueri: "Se eu entrar vocês vão ter problemas". E ele tinha razão. Ao sair do banco na etapa final do clássico paulista, o Rei das Pedaladas marcou um golaço de letra e deu a vitória ao Santos por 2 a 1 sobre o São Paulo, na tarde deste domingo. O resultado recolocou o Peixe na liderança do Campeonato Paulista, com 16 pontos.
Mas a obra de arte do craque repatriado, que estreou após voltar do futebol inglês, não será o único assunto entre os torcedores na segunda-feira. O gol de Neymar, batendo pênalti com um verdadeiro 'paradão' no primeiro tempo, criou polêmica dentro e fora de campo. Ceni desceu para o intervalo revelando que conversou com o jovem santista após a cobrança: 'Falei para ele aproveitar, uma cobrança dessas só pode no Brasil. Na internet, Kaká disse a mesma coisa, mas via twitter. Ah, sim: Roger fez o gol do Tricolor, que permanece com 11 pontos, fora do G-4.
Agora, a equipe alvinegra soma 16 pontos no topo da tabela, com dois a mais que o vice-líder Corinthians. O Tricolor, com o tropeço, caiu para a quinta posição, com 11 pontos, sendo superado pelo Palmeiras, que venceu o Bragantino por 3 a 2, em Bragança Paulista, e pulou para o quarto lugar.
Os dois times voltarão a campo no próximo fim de semana pelo estadual. No sábado de carnaval, o Tricolor irá até Itu para enfrentar o Ituano. No dia seguinte, o Peixe receberá a visita do Monte Azul, no estádio do Pacaembu.
Robinho é festejado após marcar o golaço da vitória santista
O primeiro tempo
As duas equipes entraram em campo com suas escalações previstas. No Tricolor, Ricardo Gomes manteve o 3-5-2 e apostou na movimentação que havia dado certo na vitória contra o São Caetano, com Dagoberto e Marcelinho Paraíba atuando sem posição fixa e Hernanes chegando pelo meio, com Washington fixo na frente. Do lado santista, Dorival Júnior manteve Robinho no banco e apostou na troca rápida de passes e na boa fase do trio Neymar, Paulo Henrique Ganso e André.
Apesar do forte calor, a partida começou em alta velocidade. Aos dois minutos, Marcelinho avançou pela esquerda e bateu rasteiro. Felipe defendeu. O Santos respondeu aos quatro e, só não abriu o marcador porque Léo, após passe açucarado de Neymar, foi travado por Jean no momento do chute.
Aos 12, foi a vez do São Paulo assustar novamente. Hernanes fez grande jogada pela esquerda, passou por dois marcadores, e tocou na medida para Marcelinho que, de fora da área, chutou fraco, permitindo fácil defesa do goleiro santista. No minuto seguinte, novamente o Santos apertou e Marquinhos, em chute rasteiro, assustou Ceni.
A partir dos 15, a partida mudou de figura. O Santos apertou a marcação em cima de Marcelinho Paraíba, que sumiu do jogo. Com isso, o único atleta a tentar algo de diferente era Dagoberto, que estava muito bem vigiado. Como os alas Jean e Jorge Wagner não apoiavam, o time tornou-se previsível e o Santos cresceu muito de rendimento.
Aos 15, André perdeu um gol inacreditável. Paulo Henrique Ganso avançou pela esquerda e bateu rasteiro para a área. O camisa 16, sozinho na pequena área, fez o mais difícil e bateu à esquerda de Rogério Ceni. No meio, ora Arouca, ora Marquinhos, tinham liberdade para avançar. Neymar, caçado em campo por Renato Silva, pouco produzia.
O tempo passou e o jogo não mudou. O São Paulo tentava ir ao ataque, mas não criava nada de perigo. E o Santos, que sempre chegava com a bola no chão, continuava bem mais perto do gol do primeiro gol da partida. Que veio aos 38min, com toda justiça.
No minuto anterior, Arouca foi lançado nas costas de Miranda que, perdeu a passada e acertou o camisa 9 santista que, curiosamente pertence ao Tricolor. Ele, no entanto, foi cedido por empréstimo na negociação que levou Rodrigo Souto ao Morumbi. Pênalti bem marcado pelo juiz Marcelo Rogério. Na cobrança, o garoto Neymar não tremeu diante do badalado Rogério Ceni. Pior: fez o camisa 1 sentar no chão. Com paradinha e tudo, o camisa 17 só rolou a bola para o gol.
O gol fez mal ao Tricolor, que quase tomou o segundo aos 43, quando Wesley avançou pela direita e bateu no ângulo de Rogério Ceni, que voou e espalmou. O São Paulo, que há muito não levava perigo ao gol de Felipe, assustou aos 46, quando Hernanes cruzou da direita e Washington não alcançou a bola.
Etapa complementar
Os dois times voltaram sem alterações para o segundo tempo. Só que o São Paulo mudou seu esquema tático. Ele trocou o 3-5-2 para o 4-4-2. Com duas linhas de quatro, Jean saiu da ala e foi para o meio-campo com uma única incumbência: não deixar Paulo Henrique Ganso respirar. E a estratégia deu certo.
O São Paulo melhorou sua marcação e cresceu em campo. Dorival Júnior, vendo que seu time diminuiu o ritmo, fez o que todos queriam e, aos 13, Robinho reestreava com a camisa do Peixe, na vaga de André. No Tricolor, Ricardo Gomes respondeu com Cléber Santana no lugar de Washington.
O Tricolor continuou melhor em campo. Aos 16, a equipe quase empatou com Jean, que recebeu passe de Jorge Wagner e, dentro da área, chutou duas vezes. Na primeira, foi travado por Durval. Na segunda, a bola raspou a trave direita de Felipe. Logo depois, Ricardo Gomes foi obrigado a fazer a segunda alteração, já que Dagoberto sentiu contusão. Roger entrou no seu lugar. E, no primeiro lance, o camisa 19 aproveitou belo cruzamento de Marcelinho Paraíba e, de cabeça, deixou tudo igual no marcador.
Dorival Júnior respondeu logo em seguida. Ele sacou Marquinhos e colocou Zé Eduardo para dar novo gás ao time. E Robinho, em seu primeiro ataque perigoso, aos 30, quase marcou. Ele avançou pela direita e, dentro da área, bateu cruzado. Rogério Ceni fez grande defesa e mandou pela linha de fundo. O Tricolor respondeu em cobrança de falta de Marcelinho Paraíba, que Felipe espalmou.
Nos 15 minutos finais, sobrou emoção. O São Paulo tomava a iniciativa e martela e o Peixe, com mais qualidade com a bola nos pés, era muito perigoso nos contra-ataques. Até que, aos 40, Wesley escapou pela direita e cruzou na medida para Robinho que, a pouquíssimos metros de Rogério Ceni, se antecipou e, de letra, fez um golaço. Depois, foi só segurar a posse de bola e comemorar.
Ficha técnica:
SÃO PAULO 1 x 2 SANTOS | |
Rogério Ceni; Renato Silva, Xandão e Miranda; Jean, Hernanes, Richarlyson, Marcelinho Paraíba (Léo Lima) e Jorge Wagner; Dagoberto (Roger) e Washington (Cléber Santana). | Felipe; Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodrigo Mancha, Arouca, Marquinhos (Zé Eduardo) e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Germano) e André (Robinho). |
Técnico: Ricardo Gomes. | Técnico: Dorival Júnior. |
Gols: Neymar, aos 38min do 1º tempo. Roger, aos 22min e Robinho, aos 40min do 2º tempo | |
Cartões amarelos: Xandão, Hernanes e Miranda (São Paulo). Edu Dracena, Wesley e Zé Eduardo (Santos) | |
Estádio: Arena Barueri. Data: 07/02/2010. Árbitro: Marcelo Rogério. Auxiliares: Vicente Romano Neto e David Botelho Barbosa. Renda e Público: R$ 444.688,75 / 14.519 pagantes. |
Marcelo PradoBarueri, SP
globoesporte.globo.com
PALMEIRAS
Em jogo sofrido, Lenny marca e dá vitória ao Palmeiras sobre o Bragantino
Foi no sufoco, mas o Palmeiras voltou a vencer depois de dois jogos de jejum noCampeonato Paulista. Em seu segundo jogo depois de oito meses afastado por conta de lesões, Lenny, aos 38 minutos da etapa final, garantiu a suada vitória por 3 a 2 sobre o Bragantino, neste domingo, no estádio Nabi Abi Chedi.
Com o resultado, o Palmeiras renova o fôlego para tentar se reerguer e brigar pela classificação às semifinais. A equipe dirigida por Muricy Ramalho tem agora 12 pontos e sobe da sexta para a quarta colocação. A vitória também alivia a pressão da torcida sobre jogadores, comissão técnica e diretoria. Já o Bragantino cai para 11°, com oito.
No sábado de carnaval, o Verdão volta a jogar fora de casa, desta vez contra o Botafogo, às 19h30m, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto. Nos mesmos dia e horário, o Bragantino visita o Paulista, no estádio Jaime Cintra, em Jundiaí.
A má fase custou ao lateral-esquerdo Armero a vaga na equipe. No vestiário, o técnico Muricy Ramalho optou por improvisar o volante Wendel na posição. Mas foi graças a seus jogadores de maior talento, Diego Souza e Cleiton Xavier, que o Palmeiras começou melhor o primeiro tempo, forçando sobretudo pelo lado direito da defesa adversária, nas costas do lateral Diego Macedo.
Por lá, logo aos seis minutos, o Verdão chegou ao gol. E foi um golaço. Atuando como atacante, Diego Souza voltou às origens de armador e deu um lindo passe pelo alto para Cleiton Xavier. A zaga não conseguiu acompanhar, e o camisa 10 invadiu a área, finalizando de pé direito, no canto esquerdo de Gilvan.
A vantagem, porém, fez o Palmeiras recuar e esperar o adversário em seu campo. Melhor para o Bragantino, que passou a pressionar e também a reclamar da arbitragem. Aos oito e aos 20 minutos, os jogadores esbravejaram em lances em que a bola teria tocado dentro da área nos braços dos zagueiros Edinho e Danilo, respectivamente. Cleber Wellington Abade ignorou. Ainda aos 20, Maurício marcou na pequena área após escanteio, mas o juiz já parava o lance marcando falta de ataque.
Sem a mesma saída rápida do início, o Verdão sofreu bastante com as descidas dos alas Diego Macedo e Esquerdinha. O empate quase saiu aos 33. Após cobrança de falta para a área, Pierre desviou de cabeça para trás e acertou a trave de Marcos. Três minutos depois, o Massa Bruta marcou, mas Abade anulou. Em novo levantamento, Frontini pegou rebote na área e chutou forte no canto direito. O zagueiro Da Silva, primeiro a desviar, estava em impedimento.
Por lá, logo aos seis minutos, o Verdão chegou ao gol. E foi um golaço. Atuando como atacante, Diego Souza voltou às origens de armador e deu um lindo passe pelo alto para Cleiton Xavier. A zaga não conseguiu acompanhar, e o camisa 10 invadiu a área, finalizando de pé direito, no canto esquerdo de Gilvan.
A vantagem, porém, fez o Palmeiras recuar e esperar o adversário em seu campo. Melhor para o Bragantino, que passou a pressionar e também a reclamar da arbitragem. Aos oito e aos 20 minutos, os jogadores esbravejaram em lances em que a bola teria tocado dentro da área nos braços dos zagueiros Edinho e Danilo, respectivamente. Cleber Wellington Abade ignorou. Ainda aos 20, Maurício marcou na pequena área após escanteio, mas o juiz já parava o lance marcando falta de ataque.
Sem a mesma saída rápida do início, o Verdão sofreu bastante com as descidas dos alas Diego Macedo e Esquerdinha. O empate quase saiu aos 33. Após cobrança de falta para a área, Pierre desviou de cabeça para trás e acertou a trave de Marcos. Três minutos depois, o Massa Bruta marcou, mas Abade anulou. Em novo levantamento, Frontini pegou rebote na área e chutou forte no canto direito. O zagueiro Da Silva, primeiro a desviar, estava em impedimento.
Na volta do intervalo, o Palmeiras reapareceu como no primeiro tempo. Com jogadas rápidas e mais movimentação no campo de ataque, o time chegou ao segundo gol aos cinco minutos. Wendel cruzou da esquerda, o goleiro Gilvan voou para segurar, mas soltou a bola nos pés de Robert na pequena área: 2 a 0.
A história, contudo, se repetiu. O Verdão voltou a recuar e a ser pressionado pelo Bragantino. Aos dez, Marcos fez linda defesa em uma bomba de Frontini de fora da área. Pouco depois, aos 13, os donos da casa descontaram. Diego Macedo cobrou falta com categoria no contrapé de Marcos e diminuiu a vantagem alviverde.
Para tentar sair da defesa, Muricy Ramalho apostou na velocidade, lançando William no lugar de Deyvid Sacconi. No entanto, foi o Bragantino quem quase fez, aos 30. Juninho Quixadá recebeu passe em posição legal, invadiu a área e chutou. Marcos salvou o Verdão.
Mas, aos 33, o pentacampeão não conseguiu fazer seus tradicionais milagres. Juninho Quixadá invadiu a área driblando pela esquerda e bateu. O goleiro espalmou nos pés do atacante, que só empurrou para as redes.
Quando o Bragantino pressionava em busca da virada, o Palmeiras desempatou, aos 38. Cleiton Xavier cruzou da direita e Lenny, que entrou no lugar de Robert, pegou de primeira, mandando a bola no canto esquerdo. Nos minutos finais, o Bragantino ainda buscou o empate até com o goleiro Gilvan na área, mas já era tarde.
Ficha técnica:
BRAGANTINO 2 x 3 PALMEIRAS | |
Gilvan, Luiz Antônio, Maurício e Da Silva; Diego Macedo, Marcelo Godri, Paulinho (Ulisses), Lúcio e Esquerdinha; Rodriguinho (Danilo Gomes) e Frontini (Juninho Quixadá). | Marcos; Figueroa, Danilo, Edinho e Wendel; Pierre, Márcio Araújo, Cleiton Xavier e Deyvid Sacconi (William); Diego Souza e Robert (Lenny). |
Técnico: Marcelo Veiga. | Técnico: Muricy Ramalho. |
Gols: Ulisses, Da Silva, Lúcio (Bragantino); Edinho, Wendel, Figueroa (Palmeiras) | |
Cartões amarelos: Cleiton Xavier, aos seis minutos; Robert, aos cinco, Diego Macedo, aos 13, Juninho Quixadá, aos 33, e Lenny, aos 38 minutos do segundo tempo. | |
Estádio: Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP). Data: 07/02/2010. Árbitro:Cleber Wellington Abade . Auxiliares: Anderson Jose de Moraes Coelho e Luis Alexandre Nilsen. GLOBOESPORTE.COMBragança Paulista, SP |
Nenhum comentário:
Postar um comentário