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Real goleia o Liverpool

Real madrid goleia o Liverpool no jogo de ida depois de esta perdendo, teve falaha de goleiros e belos gols. Depos de estar perdendo por 2x0...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil segue roteiro, vence o freguês Chile por 3 a 0 e avança às quartas


Brasil 3x0 Chile Freguesia é coisa para ser respeitada, e o Brasil manteve sua tradição diante do Chile na noite desta segunda-feira no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Mesmo desfalcado de Felipe Melo e Elano, machucados, a seleção venceu pela sexta vez seguida o rival, o maior freguês desde que Dunga assumiu o cargo, em 2006. Os 3 a 0 sobre a equipe do argentino Marcelo Bielsa garantiram os brasileiros nas quartas de final da Copa da África do Sul. Robinho desencanta na Copa do Mundo e fecha o placar no Ellis Park: 3 a 0 para o Brasil (Foto: Reuters) A receita verde-amarela para ganhar foi bem conhecida: bola parada na cabeçada de Juan, contra-ataque mortal para Luis Fabiano marcar e, para completar, gol de Robinho após roubada de bola de Ramires. Foi a oitava vez que o atacante do Santos balançou as redes chilenas, igualando-se a ninguém menos que Pelé como maior carrasco do adversário. Ele foi eleito o melhor em campo em votação no site da Fifa. O terceiro triunfo sobre o Chile em jogos decisivos de Copa (os outros foram na semifinal em 1962 e nas oitavas em 1998) pôs a equipe de Dunga frente a frente a outro rival conhecido, a Holanda. A quarta partida entre os países em Mundiais será na sexta-feira, às 11h (de Brasília), em Porto Elizabeth, no estádio Nelson Mandela Bay. Quatro minutos de susto. E só Os primeiros quatro minutos de jogo deram a impressão de que o Chile colocaria na prática a formação ofensiva que apresentou no papel - com Beausejour, Alexis Sánchez, Mark González e Suazo. Foi o período do jogo em que o Brasil esperou em seu campo defensivo, viu o adversário tocar a bola e teve apenas 27% de posse de bola. Um contra-ataque mal aproveitado por Luis Fabiano, com um chute fraco e para fora, mudou o panorama. A partir de então, o Brasil tomou para si a iniciativa do jogo e teve pela frente um adversário que se limitou a defender. Com boa movimentação no meio-campo, o time de Dunga encontrou espaços com facilidade, mas falhou nas tabelas, interrompidas por erros de passe. Os chutes de fora da área, que em princípio pareciam uma opção a mais, transformaram-se na principal arma ofensiva nos primeiros 30 minutos. Gilberto Silva e Ramires arriscaram, colocando Bravo para trabalhar um pouco. Juan comemora com Luis Fabiano o primeiro gol brasileiro diante do Chile (Foto: Getty Images) Na defesa, no entanto, os volantes pouco ajudavam na saída de bola, obrigando Julio Cesar e os zagueiros a apelarem para chutões para frente. O Brasil reclamou de um pênalti em Lúcio, mas conseguiu abrir o placar quando tentou consertar um dos seus erros, a pouca iniciativa pelas pontas. Numa rara jogada de linha de fundo, Maicon conseguiu escanteio que ele mesmo cobrou. Protegido por Lúcio e Gilberto Silva, Juan saltou e cabeceou, vendo a bola passar sobre a mão do baixinho Bravo (de 1,83m) e fazendo 1 a 0 aos 34 minutos. Foi seu sétimo gol pela seleção, o quarto sobre o Chile. A seleção aproveitou a vantagem e se manteve no ataque, chegando ao segundo gol três minutos depois. Se abriu 1 a 0 em um lance de bola parada, fez 2 a 0 em outra especialidade desse time: o contra-ataque. Robinho correu pela esquerda e encontrou Kaká no meio, na entrada da área. Com apenas um toque, típico do camisa 10, ele deixou Luis Fabiano na cara do goleiro. O atacante, que um minuto antes se atrapalhara sozinho em um toque de calcanhar, driblou Bravo com estilo e fez seu terceiro gol nesta Copa. O jogo, complicado até os 34 minutos, chegou ao intervalo com boa vantagem no placar para a seleção. Ramires ajuda no gol, mas leva amarelo O Chile fez duas alterações para a segunda etapa, entrando Tello e Valdivia nos lugares de Contreras e González. Mas a postura continuou a mesma, de excessivo respeito. O time de Marcelo Bielsa não se jogou ao ataque e sofreu com erros de passe no meio-campo, problema compartilhado pelo Brasil, que com isso teve dificuldade para aproveitar os espaços fartos. Kaká, que não esteve numa noite inspirada, apesar da assistência, errou passe fácil aos sete minutos, o que deixaria Robinho na cara do gol. Se não estava tão fácil construir jogadas, o melhor jeito de chegar ao gol foi destruindo. Ramires roubou bola no meio-campo e acelerou em direção à área, livrando-se de dois marcadores e desviando a bola do terceiro, dando passe para Robinho. O atacante chutou e tirou a bola do alcance do goleiro, fazendo 3 a 0 aos 14 minutos. Desencantou no Mundial na África do Sul, marcando seu primeiro gol. Com uma vantagem tranquila no placar, diante de um adversário que não ameaçava, o Brasil tinha a preocupação principal de não ter um jogador suspenso para as quartas de final. Fracassou nessa missão. Ramires fez falta dura e desnecessária e recebeu seu segundo cartão amarelo na competição. Quatro minutos depois, Dunga resolveu mexer no time pela primeira vez, trocando Luis Fabiano - outro pendurado - por Nilmar. Num jogo morno nos últimos 20 minutos, o Brasil ainda teve boa chance de marcar o quarto gol, mas Bravo fez defesa em chute cruzado de Robinho. E Julio Cesar enfim entrou em ação, aos 29 minutos, em jogada individual do isolado Suazo, que em outro lance chutou uma bola que quicou no travessão. Sem muito com o que se preocupar, Dunga promoveu a estreia de dois jogadores, Kleberson e Gilberto, que substituíram Kaká e Robinho, respectivamente.

domingo, 27 de junho de 2010

Brasil empata sem marcar mas é o primeiro


No duelo mais esperado da primeira fase da Copa do Mundo, o Brasil cumpriu seu objetivo principal e ficou com a liderança do Grupo G. Jogou para o gasto, com uma atuação razoável no primeiro tempo e apagada no segundo, e ficou no empate por 0 a 0 com Portugal no estádio Moses Mabhida, em Durban, nesta sexta-feira. A partida contra o adversário mais forte da chave, no entanto, acende o sinal de alerta para o time de Dunga, principalmente quanto ao desempenho pouco produtivo de Julio Baptista, substituto de Kaká, e à dependência do ataque pelo lado direito. Maicon enfrenta a marcação de Coentrão: lado direito foi bastante explorado outra vez (Foto: agência Reuters) O Brasil, que ouviu vaias de parte da torcida após o apito final, acumulou sete pontos em sua chave, contra cinco dos portugueses, quatro dos marfinenses e nenhum dos norte-coreanos. Agora terá pela frente o Chile, que ficou com a segunda colocação do Grupo H ao ser derrotado por 2 a 1 pela Espanha. O jogo das oitavas de final será na próxima segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Portugal, que alcançou 19 partidas de invencibilidade e terminou a primeira fase da Copa sem sofrer gol, pegará a Espanha na terça-feira, no mesmo horário. Na outra partida da rodada decisiva do Grupo G, a Costa do Marfim conseguiu uma inútil vitória por 3 a 0 sobre a Coreia do Norte. Com a missão cumprida, a seleção brasileira tem a vantagem de percorrer um caminho teoricamente mais fácil até a final. Depois das oitavas, se for avançando, encara Holanda ou Eslováquia nas quartas, e Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos ou Gana na semifinal. Do outro lado da chave, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal batalham por uma vaga na decisão. Primeiro tempo nervoso: sete cartões amarelos As duas seleções apresentaram surpresas em suas escalações no Moses Mabhida. O Brasil, além da entrada de Daniel Alves e Julio Baptista, teve Nilmar substituindo Robinho, poupado. Portugal foi mais radical nas mexidas, com quatro alterações: entraram Ricardo Costa, Duda, o brasileiro Pepe e Danny. Os primeiros minutos da partida mostraram o objetivo de Portugal com as mudanças: reforçar a marcação, sobretudo pelo lado esquerdo da defesa, e sair no contra-ataque. E foi exatamente pelo lado mais congestionado do campo que o Brasil buscou seus ataques, com Daniel Alves se aproximando de Maicon e tentando achar espaços pelo meio. No outro canto, Nilmar se posicionava às costas de Ricardo Costa, esperando por uma falha. Mas ficava isolado, já que Michel Bastos não avançava, e Julio Baptista não passava por ali. Felipe Melo foi um dos sete jogadores a receber cartão amarelo no primeiro tempo (Foto: agência EFE) Se o Brasil avançava com Maicon, Portugal aproveitava o espaço deixado pelo lateral-direito para conseguir seus ataques. Na melhor oportunidade, Coentrão deu passe aéreo da esquerda para Tiago na entrada da área. O meia pegou de primeira, num lance bastante plástico, mas de pouco perigo. O craque Cristiano Ronaldo - eleito o melhor em campo pela terceira vez seguida - jogou mais centralizado, em vez de se deslocar pelas pontas, e não assustou na primeira etapa. Conseguiu apenas um chute de fora da área, defendido sem problemas por Julio Cesar. Poderia ter uma segunda chance, se Juan não colocasse a mão na bola, interceptando bom lançamento de Duda e recebendo cartão amarelo. A advertência não foi apenas para o zagueiro. Outros seis jogadores - quatro portugueses e dois brasileiros - também ficaram pendurados, um recorde nesta Copa para os 45 minutos iniciais. E às vezes em lances ríspidos. Felipe Melo distribuiu entradas duras e sofreu um pisão de Pepe, que fez o sinal de "1 a 1" para ele, após claro revide. Dunga preferiu poupar o volante de uma lesão mais grave no tornozelo e de um cartão vermelho desnecessário, trocando-o por Josué. A seleção brasileira, que teve 63% de posse de bola na primeira etapa, esteve perto de tirar o zero do placar. Mesmo isolado, Nilmar teve duas boas chances. Uma foi criada por ele mesmo, após dar chapéu em Ricardo Costa e isolar a bola em seguida. A outra veio em passe primoroso de Luis Fabiano: Nilmar se esticou e conseguiu concluir a gol, mas esbarrou em boa defesa de Eduardo, que espalmou para o travessão. Luis Fabiano também teve a sua oportunidade, cabeceando com estilo após cruzamento de Maicon. A bola passou raspando a trave. Portugal se solta, e Brasil se atrapalha No segundo tempo, Portugal continuou explorando o seu lado esquerdo, onde nos primeiros minutos Cristiano Ronaldo recebeu dois passes livre na ponta. Nos dois lances tentou encontrar alguém na área, mas foi impedido por um carrinho providencial de Lúcio, no primeiro, e por uma cabeçada acrobática de Juan no segundo. Os lusos mostravam que estavam mais dispostos a atacar e reforçaram essa estratégia ao trocarem Duda pelo atacante Simão logo aos dez minutos. Julio Cesar precisou entrar em ação aos 15, espalmando um chute de Raul Meireles, após desarme de Lúcio em Cristiano Ronaldo, que chegou ao ataque sozinho enfrentando quatro adversários. Enquanto o goleiro era atendido, após choque com o português, e exibia uma proteção nas costas, Dunga mostrava no banco de reservas muita irritação com a falha na marcação. Vendo o adversário tomar a iniciativa do jogo na segunda etapa, o Brasil tentava variar suas jogadas, apostando em Michel Bastos na esquerda. Mas o lateral não teve sucesso no ataque, sendo vaiado por parte da torcida após um cruzamento errado. Pelo meio, a situação também era complicada, com Julio Baptista se movimentando pouco e aceitando facilmente a marcação. Nos 15 minutos finais, Brasil e Portugal pouco se arriscaram, satisfeitos com o empate zerado. Sem muitas alternativas do meio-campo para frente, Lúcio fez o papel do volante que sai para o jogo, avançando com a bola e procurando um companheiro mais bem posicionado. Dunga ainda trocou Julio Baptista por Ramires, que tinha um cartão amarelo e corria o risco de ficar suspenso nas oitavas, e Luis Fabiano por Grafite, que fez sua estreia na Copa. Nos cinco minutos de acréscimo, Ramires quase marcou, após chute que desviou no adversário e quase traiu o goleiro Eduardo, que se esticou e fez excelente defesa. Continuou no placar o empate por 0 a 0, o primeiro do Brasil em Mundiais desde a final de 1994, contra a Itália.

domingo, 20 de junho de 2010

Brasil faz 3 a 1 na Costa do Marfim e se classifica para as oitavas


Luis Fabiano marca duas vezes, uma delas ajeitando a bola no braço, e Kaká é expulso no segundo tempo, tornando-se desfalque contra Portugal

Foi uma vitória para restabelecer a paz entre a seleção brasileira e a torcida, que na arquibancada do Soccer City gritou "olé" e "o campeão voltou" graças ao placar de 3 a 1 sobre a Costa do Marfim neste domingo, em Joanesburgo. E foi também uma vitória que testou os nervos de alguns jogadores, já que os africanos apelaram para faltas duras depois de levarem três gols até os 17 minutos do segundo tempo. Kaká não passou nesse teste e foi expulso.
Os gols marcados por Luis Fabiano (duas vezes, uma delas ajeitando a bola com o braço) e Elano fazem do Brasil o segundo país classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo, depois da Holanda, e o terceiro a conseguir 100% de aproveitamento, junto com holandeses e argentinos. A primeira colocação do Grupo G pode ficar garantida já nesta segunda-feira, em caso de empate entre Portugal e Coreia do Norte, que se enfrentam às 8h30m. Luis Fabiano, agora o artilheiro da era Dunga (com 21 gols), foi eleito o melhor em campo no Soccer City. 
O Brasil, que foi a seis pontos, enfrenta na última rodada os portugueses, que por enquanto têm um. Os africanos, que ficaram estacionados em um ponto, encaram os coreanos (que têm zero). Os dois jogos serão realizados ao mesmo tempo, às 11h de sexta-feira.
Seleção é dominada no começo do jogo
Se contra a Coreia do Norte o Brasil demorou a criar um lance de perigo, no jogo deste domingo ele surgiu com menos de um minuto. Robinho puxou contra-ataque, após tabela com Kaká, e arriscou de longe - sem tanto perigo - em vez de tentar o passe para Luis Fabiano, mais bem colocado pela esquerda. O que parecia um bom sinal, entretanto, transformou-se em exceção nos primeiros 20 minutos.
Foi da Costa do Marfim a iniciativa do jogo. Ela não mostrou a mesma retranca do empate por 0 a 0 com Portugal e foi além: avançou a marcação para combater a saída de bola da seleção e dominou o meio-campo. Kaká foi desarmado duas vezes logo no começo, e os brasileiros, que davam a impressão de estarem perdidos, cometeram seis faltas em 14 minutos.
Com dificuldade para dominar a bola e tocá-la no meio-campo, a seleção recorreu a um corta-luz para conseguir sua primeira jogada bem trabalhada na partida, somente aos 19 minutos. Elano abriu as pernas e deixou a bola passar na direção de Maicon, que errou no cruzamento. Se não levou perigo, o lance ao menos serviu para deixar a seleção um pouco mais à vontade no jogo.
Luis Fabiano comemoração Brasil Luis Fabiano é seguido por Robinho na comemoração do primeiro gol brasileiro (Foto: Reuters)
Seis minutos depois, veio o gol de Luis Fabiano. A jogada teve início com Robinho mais recuado e teve sequência com um calcanhar nem tão certeiro de Luis Fabiano e um bom passe de Kaká. O atacante tomou a frente de seu marcador e, na cara do goleiro, soltou a bomba: 1 a 0. Na comemoração, fez o número 6 com as mãos - uma homenagem ao aniversário da filha e, coincidentemente, o número de partidas que passou em branco. Ele havia marcado pela última vez contra a Argentina, em setembro do ano passado.
O gol não pôs o Brasil no caminho do bom futebol. Os erros de passe continuaram acontecendo, somados a falhas bobas no domínio de bola. O nervosismo do time parecia contagiar Dunga, que reclamou da arbitragem e passou o primeiro tempo brigando com o microfone próximo à área técnica, até arrancá-lo do gramado e colocá-lo atrás do banco.
A seleção não conseguiu criar lances de perigo, concluindo apenas uma vez no gol, mas por outro lado mostrou solidez defensiva, com boas atuações de Lúcio e dos volantes Gilberto Silva e Felipe Melo. Com isso, a Costa do Marfim obrigou Julio Cesar a fazer apenas uma defesa em 45 minutos, num chute forte de Yaya Touré. 
Com mais espaço, seleção marca mais dois gols
A segunda etapa começou com forte marcação da Costa do Marfim e o Brasil recorrendo a uma jogada individual para fazer 2 a 0. Com uma ajudinha da arbitragem, é verdade. Luis Fabiano dominou a bola duas vezes no braço, e entre elas deu dois balões em adversários, chutando para a rede. Enquanto o atacante voltava para o seu campo, uma cena curiosa: foi abordado pelo árbitro francês Stephane Lannoy, que, sorrindo, quis saber se ele dominara com o braço. Luis Fabiano não teve dúvida: sério, respondeu que não. E mais tarde ouviu seu nome ecoar no Soccer City, como nos tempos de Brasil.
Com exceção de uma cabeçada perigosa de Drogba, a defesa continuava sem grandes sustos. E no ataque o time já encontrava espaços para tocar a bola. Kaká deu um chute perigoso, após passe de Robinho. E no minuto seguinte, aos 17, o meia fez boa jogada pela ponta esquerda, cruzando rasteiro para a conclusão de Elano, que fez seu segundo gol em dois jogos. E mostrou para a câmera suas caneleiras, com os nomes das filhas.
Luis Fabiano ajeita braço golLuis Fabiano domina a bola com o braço antes de concluir e marcar o seu segundo gol (Foto: EFE)
Nervosos com os 3 a 0 da seleção brasileira, os marfinenses começaram a abusar das faltas. Tioté deu uma entrada dura em Elano, que saiu carregado de campo, aos 30 minutos. E Keita fez falta violenta em Michel Bastos, levando cartão amarelo. Até mesmo quando sofriam falta, os africanos provocavam. Como aconteceu com Kaká e Yaya Touré. O brasileiro deu uma entrada mais forte no adversário, mas ficou irritado com uma mão na nuca.
Entregue em campo, o time africano ainda conseguiu arrumar espaço para diminuir, numa falha isolada de posicionamento da defesa brasileira. Drogba recebeu ótimo lançamento de Yaya Touré aos 33 minutos e marcou de cabeça. Felipe Melo ergueu o braço, protestando contra impedimento que não existiu. Esta foi a primeira vez que uma seleção africana fez um gol no Brasil na história das Copas.
O Brasil não se assustou com o gol e continuou tocando a bola. Mas o jogo estava nervoso. Aos 39 minutos, Kaká deu um empurrão em Keita e foi punido com o cartão amarelo. Três minutos depois, recebeu outro amarelo do árbitro, que viu agressão a Keita, e foi mais cedo para o vestiário, desfalcando o time contra Portugal, em Durban.
Ficha técnica:
BRASIL 3 X 1 COSTA DO MARFIM
Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Felipe Melo, Elano (Daniel Alves); e Kaká; Robinho (Ramires) e Luis Fabiano.Boubacar Barry, Demel, Kolo Touré, Zokora e Tiéné; Yaya Touré, Eboué e Tioté; Dindane (Gervinho), Drogba e Kalou (Keita).
Técnico: Dunga.Técnico: Sven-Goran Eriksson.
Gols: Luis Fabiano, aos 24 minutos do primeiro tempo; Luis Fabiano, aos seis, Elano, aos 17, e Drogba, aos 33 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Tiéné, Keita, Tioté e Kaká. Cartão vermelho: Kaká.
Estádio: Soccer City (em Joanesburgo). Data: 20/06/2010. Árbitro:Stephane Lannoy (FRA). Assistentes: Eric Dansault e Laurent Ugo (FRA). Público: 84.455.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil mantém tradição de estreias apertadas: 2 a 1 sobre Coreia do Norte


Time de Dunga tem atuação burocrática no primeiro tempo e melhora após o intervalo, marcando duas vezes, mas levando gol no fim da partida

Por Márcio IannaccaDireto de Joanesburgo, África do Sul
Durante 55 minutos, o Brasil deu a impressão de que seria atingido pela seca de gols nesta Copa do Mundo. Teve uma atuação burocrática no primeiro tempo e adotou outra postura após o intervalo, afastando o assustador 0 a 0 e conseguindo dois belos gols. Um descuido defensivo no fim da partida, no entanto, determinou o placar de 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, mantendo a  tradição de vitórias apertadas em estreias. Desde 1982, o Brasil tem 100% de aproveitamento em suas participações iniciais, mas quase sempre por um gol de diferença - a exceção foi em 1994.
O resultado faz a seleção pular para a liderança do Grupo G, superando Costa do Marfim e Portugal, que empataram por 0 a 0. Os dois gols brasileiros nasceram em passes milimétricos e terminaram em conclusões precisas. Maicon, eleito o melhor do jogo pela Fifa, abriu o placar e se tornou o primeiro lateral-direito da seleção a marcar em uma Copa desde Josimar, em 1986. E Elano fez o segundo.
O Brasil agora volta aos treinamentos para a sua segunda partida pelo Grupo G, às 15h30m (de Brasília) do próximo domingo, contra Costa do Marfim. Na segunda-feira, a Coreia do Norte tenta evitar sua segunda derrota seguida na Copa, enfrentando Portugal às 8h30m (de Brasília).
A previsão de frio na noite de Joanesburgo se confirmou, com 2º no começo da partida (e sensação térmica de -3º), obrigando cinco dos dez jogadores de linha na escalação inicial a usar luvas: Juan, Gilberto Silva, Felipe Melo, Kaká e Luis Fabiano. Na arquibancada, a torcida fez a sua parte, tentando esquentar o clima com seu grito preferido de "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" e dando a impressão de que a seleção estava em casa.
Brasil nervoso e pouco criativo
A ansiedade e a emoção de disputar a partida de estreia em uma Copa do Mundo ficaram evidentes antes mesmo de a bola rolar. Estavam estampadas no rosto do atacante Jong Tae-Se, destaque da Coreia do Norte, que chorava copiosamente na execução do hino nacional. Mas ficaram claras também pelo lado brasileiro, com o nervosismo de alguns jogadores. Logo no início, após dois ataques norte-coreanos pela esquerda da defesa, por exemplo, Juan chamou Michel Bastos para orientá-lo.
Após uns primeiros minutos de nervosismo, mas também de disposição para chegar ao ataque, o Brasil começou a encontrar dificuldades para entrar na área. O jeito foi buscar conclusões mesmo sem chegar a ela, em chutes de longe. Robinho foi o primeiro a tentar, seguido por Elano, ambos sem perigo. As melhores tentativas foram de Maicon, obrigando o goleiro a espalmar para escanteio, e de Michel Bastos, com a bola passando perto do travessão e raspando a rede.
A Coreia do Norte se postava com duas linhas de quatro jogadores próximas à área e se beneficiava da pouca movimentação dos brasileiros, que perdiam muito tempo tocando a bola para o lado, sem avanços pelas laterais. Kaká, principal responsável pela armação de jogadas, foi uma figura apagada na primeira etapa.
Enquanto durou a insistência em jogar pelo meio, o Brasil só conseguiu uma boa jogada, num passe de Luis Fabiano para Robinho, que virou e chutou fraco. Nos últimos dez minutos, o time comandado por Dunga - que assistia à partida sem reações exaltadas - enfim começou a explorar as laterais. Até Michel Bastos, visivelmente tímido no início, foi à linha de fundo - a primeira vez, aos 34 minutos. A opção mais explorada, no entanto, foi mesmo pela direita, com Maicon.
Na Coreia do Norte, a estratégia no primeiro tempo foi recorrer a contra-ataques, apostando no isolado Jong Tae-Se, que conseguiu boas jogadas individuais - deixando Juan no chão em uma delas - mas nenhuma conclusão à altura. A tentativa mais ousada, entretanto, foi de Mun In-Guk, que arriscou um chute do meio-campo. Não levou perigo algum, mas mostrou que àquela altura, aos 18 minutos, a Coreia já se soltava em campo.   
Maicon gol Brasil Coreia do NorteMelhor em campo, Maicon comemora o seu gol, o primeiro do Brasil, junto com Robinho (Foto: Reuters)
Mudança de postura na segunda etapa
O Brasil voltou para o segundo tempo sem alteração, mas com as principais alternativas se aquecendo fora de campo. Se foi um aviso de Dunga de que trocaria alguma peça caso os defeitos do time persistissem, a estratégia funcionou. A seleção se esforçou em corrigir seus principais problemas, mostrando mais movimentação e explorando as laterais. E foi recompensada aos dez minutos. Elano esperou a ultrapassagem de Maicon e deu ótimo passe. Da linha de fundo, com pouco ângulo, o lateral percebeu que Myonge Guk deixava espaço em sua meta à espera de um cruzamento e arriscou direto para o gol, fazendo 1 a 0.
A vantagem no placar fez bem à seleção, de maneira geral, e a alguns jogadores, em particular. O time continuou se movimentando em campo, e nomes como Michel Bastos e Luis Fabiano subiram de produção. O primeiro emendou, em um só lance, um drible entre as pernas e uma meia-lua pela lateral. O segundo esteve perto de fazer 2 a 0, após um passe de Robinho, em uma rara jogada de contra-ataque. Matou no peito, driblou um adversário, mas chutou por cima do gol.
Comemoração Elano Brasil Coreia do NorteElano espera a aproximação dos companheiros após fazer 2 a 0 para a seleção (Foto: Reuters)
Da intermediária, Robinho acertou outro passe, espetacular, para Elano chutar sem precisar dominar, marcando o segundo gol do Brasil, aos 26 minutos. Foi o último lance do meia, que na primeira etapa havia sido um dos que mais tentaram fugir da atuação burocrática. Daniel Alves entrou em seu lugar. Cinco minutos depois, Nilmar substituiu Kaká, forçando o posicionamento mais recuado de Robinho, o que já vinha acontecendo.
Em seu primeiro lance em campo, Nilmar recebeu passe, buscou espaço e chutou para defesa do goleiro. A essa altura, o domínio brasileiro na partida era completo, transformando Julio Cesar em um mero espectador. Dunga ainda fez sua terceira substituição, trocando Felipe Melo por Ramires, que levou o único cartão amarelo da partida. No finzinho do jogo, a Coreia ameaçou duas vezes. E em uma delas conseguiu marcar, após lançamento feito do meio-campo que pegou Maicon desatento e terminou com a conclusão de Yun Nam, aos 43 minutos, sem chance para o goleiro brasileiro.
A seleção deixou o campo do Ellis Park com seu principal objetivo cumprido. Somou três pontos, mas não obteve o bônus de uma boa margem no saldo de gols contra a seleção de pior colocação no ranking da Fifa (105º lugar) entre as 32 participantes.
Ficha técnica:
BRASIL 2 X 1 COREIA DO NORTE
Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Felipe Melo (Ramires), Elano (Daniel Alves) e Kaká (Nilmar); Robinho e Luis Fabiano.Myonge Guk, Jong Hyok, Chol Jin, Jun Il, Nam Chol e Kwang Chon; In Guk (Kum Il), Yun Nam, Yong Jo e Yong Hak; Tae Se.
Técnico: Dunga.Técnico: Kim Jong Hun
Gols: Maicon, aos dez, Elano, aos 26, e Yun Nam, aos 43 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Ramires.
Estádio: Ellis Park (em Joanesburgo). Data: 15/06/2010. Árbitro: Viktor Kassai (HUN). Assistentes: Gabor Eros e Tibor Vamos (HUN)