No clássico da próxima rodada estará em campo a instabilidade do Palmeiras contra a estabilidade do São Paulo

O Clássico da próxima rodada do Brasileirão “Choque Rei” entre Palmeiras e São Paulo ganhou maior importância após as atuações destes times nesta rodada. São Paulo venceu o Botafogo no Morumbi exibindo, mais uma vez, um bom futebol. O Palmeiras perdeu do Cruzeiro, no Mineirão, completando a segunda partida seguida sem vencer, apresentando diversas falhas táticas. Estes resultados confirmam o momento antagônico vivido por estas duas equipes paulistas no Campeonato Brasileiro. Futebol é mesmo feito de momentos. Se bons, o trabalho segue sem desconfiança e as vitórias acabam por vir naturalmente. Se ruins, é preciso esforço conjunto, concentração e foco para fugir da sequência de derrotas. No caso do Palmeiras, que está em boa fase na Taça Libertadores e classificado para próxima fase da Copa do Brasil, teve uma inesperada derrota, em casa, contra o Sport na rodada anterior. E voltou a perder no último jogo para o Cruzeiro. Perder para o Cruzeiro é um resultado que pode ser considerado normal, pois a equipe de Mano Menezes está conseguindo fazer campanha de recuperação na competição, apresentando atuações lineares e de boa qualidade. O desempenho palmeirense é que preocupa. Na partida contra o Sport não foi de todo ruim, pois o Verdão iniciou o jogo de maneira esperada, partindo para cima do adversário, principalmente por estar jogando em casa e contra time de qualidade técnica inferior, apesar de bem treinado por Claudinei Oliveira. Mas, caiu de produtividade no decorrer do jogo, pois sua defesa foi facilmente envolvida. A zaga palmeirense estava lenta e não conseguiu acompanhar as transições de ataque do Sport, que está se apresentando de forma veloz. Esta falha persistiu no jogo contra o Cruzeiro, mas com o agravante de que a criatividade do Verdão no meio campo foi quase inexistente. Com o meio campo pouco compacto contra a Raposa, o Palmeiras pareceu-me espaçado, o que obrigava os zagueiros a executarem ligações diretas, em alguns momentos do jogo. Estratégia essa, que não faz parte da característica do time de Roger Machado. Acredito que não se pode falar em crise no Palmeiras, mas estas falhas devem ser olhadas com atenção para o clássico contra o São Paulo. O Tricolor paulista é o único time invicto da competição. O treinador Diego Aguirre parece estar no caminho correto para encontrar a formação ideal, pois a equipe do Morumbi tem aumentado sua produtividade. O trio ofensivo formado por Nenê, Everton e Diego Souza está consolidando a espinha dorsal que Aguirre está pretendendo implantar no São Paulo. Uma das características mais evidentes nesta equipe tem fundamentos no estilo uruguaio de jogar, ou seja, não desistir das jogadas buscando sempre a recuperação. Isto, é mérito do trabalho de Aguirre, que está conseguindo encaixar um sistema de jogo, que tem feito a equipe são-paulina se tornar cada vez mais confiante. Em temporadas anteriores o Tricolor se abatia sensivelmente quando tomava um gol. Hoje, vejo o São Paulo como um time persistente, que procura não se desorganizar e corre atrás da conquista do resultado positivo até o último minuto. Com o calendário espremido, acredito que as eliminações no Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, auxiliaram o Tricolor, que sem a obrigação de disputar jogos oficiais teve maior tempo para adequar-se ao novo esquema de jogo. No clássico, o resultado terá contextos diferentes. Para o São Paulo a vitória ratificará o trabalho de Diego Aguirre, enquanto para o Palmeiras poderá significar retomada de momento positivo que a equipe vinha apresentando. Como o Campeonato Brasileiro está equilibrado, qualquer sequência de resultados, seja positiva ou negativa, altera significativamente a configuração da tabela de classificação.