Serginho torna-se sempre a atração principal. Paga a conta dos mendigos, autografa as camisetas da meninada e não nega atenção a quem o pára na calçada. “A missão dele é fazer a alegria do povo”, acredita José Rubens Marciano, 34 anos, o popular Bimbão. Criado pelos Bernardino desde os 7 anos — por insistência do próprio Serginho —, virou um amigo inseparável do ídolo santista.
“O Chulapa é um grande coração”, comenta Gilberto Sorriso, ex-lateral-esquerdo de Santos e São Paulo. Em meio a confetes, porém, um telefonema da mulher interrompe a confraternização. “Sujou”, pragueja Serginho. “Tenho de ir para casa.” Enquanto ele se prepara para ir embora, os companheiros de copo não perdoam: “Lá vai o maior centroavante do Brasil. Não tem outro com mais de 1,90 m.”
A popularidade já levou o atacante a algumas aventuras extrafutebol. Em 1982, transformou-se em ator no filme Panteras Negras. Um ano depois, gravou
o disco Camisa 9. Dois retumbantes fracassos. Fora do gramado, só se deu bem como sambista. Há dez anos, é um dos destaques da Escola de Samba Camisa Verde e Branco nos carnavais de São Paulo.
Duas coisas o ex-menino brigão não consegue encarar até hoje. “Avião e Atletas de Cristo”, enfatiza. “Prefiro continuar pecando. E aqui no chão mesmo.” O bom humor característico não o impede de ficar sisudo quando sai derrotado de uma partida. “Serginho não foi feito para perder”, testemunha o goleirão Rodolfo Rodríguez.
A verdade na cabeça
Sério em alguns momentos ou exibindo o costumeiro sorriso, o certo é que ele nunca passa despercebido. Talvez a melhor definição para este ex-ponta-esquerda do São Paulo, que descobriu ter faro de goleador e ganhou a vida jogando bola, esteja estampada no surrado mas obrigatório boné no alto de sua imprevisível cabeça: explosão.
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