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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Apitei! Árbitro conta que 'atendeu' Eurico, deu pênalti e 'pagou' dívida


Luiz Carlos Gonçalves, o Cabelada, relata histórias do futebol e lembra o pedido do dirigente antes de uma partida. Teve também confusão e briga em jogos do Flamengo A fala mansa não chega a remeter ao lado mais extrovertido. Um longo bate-papo, porém, mostra que Luiz Carlos Gonçalves, o Cabelada, tem muita história para contar. O ex-árbitro de futebol, hoje com 66 anos, ainda guarda gás para levar a vida repleta de brincadeiras. Há 14 anos morando em Búzios, no Rio de Janeiro, costuma percorrer cerca de 170 quilômetros para escapar para Vila Isabel quando dá. Lá, encontra amigos, frequenta botequins e não dispensa a cerveja bem gelada. É assim, e tem sido desde a época em que ainda apitava jogos. Passados 20 anos da aposentadoria, ele recorda histórias que ficaram guardadas na memória no período em que chegou a participar de mais de 400 partidas, a maioria no Campeonato Carioca. Como bom boêmio, também mostra sua maneira de conduzir situações no mundo do futebol antes mesmo de a bola rolar. Foi o caso de um Vasco x Cruzeiro em 1994 (relembre no vídeo ao lado). Em 22 de maio, a partida terminou empatada por 0 a 0, e a história é no mínimo inusitada. - Fui apitar o jogo, entrega das faixas, e cruzei com o Eurico (Miranda, ex-presidente do Vasco). Era um jogo de festa. Ele falou: “Vai marcar um pênalti?” Eu respondi: “Fica tranquilo.” Começou a partida, e logo marquei pênalti. Derrubaram o William. O Yan bateu para um lado, e o goleiro (Dida) caiu e defendeu. O Eurico estava no banco de reservas, fui lá e falei assim: “Meu diretor, não lhe devo mais nada.” Finalizei, e o jogo acabou 0 a 0. Temos um relacionamento muito bom - disse o ex-árbitro. Com a mesma convicção com que bate no peito para dizer que é vascaíno, Cabelada garante que houve o pênalti de fato no lance. A versão do “Jornal do Brasil” sobre o amistoso foi um pouco diferente. Na matéria do dia 23 de maio de 1994, o texto diz: “O juiz Luiz Carlos Gonçalves, o barrigudo Cabelada, fez questão de marcar uma falta inexistente de Zelão em William, logo aos 2 minutos”. Em alguns papéis amarelados e desgastados com o tempo, Cabelada guarda a anotação dos jogos que apitou. Vai lendo cada linha e lembra das mais variadas histórias. Não acha o registro desta partida em que o resultado de 0 a 0 não valeu ponto para nenhuma competição: era o amistoso da entrega das faixas após o título do Campeonato Carioca de 1994 conquistado pelo seu time de coração. Mas a relação com o Vasco e com o ex-presidente do clube nem sempre foi tão amistosa. - Teve um Vasco x Olaria numa quarta-feira à noite. Tinha show do Roberto Carlos no Canecão. Falei para a minha esposa que ia para o jogo e, quando voltasse, ia parar para tomar um chope e depois ligaria para ela. O jogo foi 1 a 1. O Vasco perdeu muito gol, com o Mauricinho e o próprio Roberto Dinamite. Ele (Eurico Miranda) correu para o vestiário, invadiu e falou: “Você não apita mais jogo do Vasco. Que vascaíno é você que só f... a gente, só prejudica a gente?” Aí acabou o jogo, acabou o show, e falei com a minha mulher: “Vamos jantar”. Eu ia no Leblon, no Plataforma, mas disse: “Não vamos, que ali é reduto do Vasco. Quando o time joga, a diretoria vai lá jantar”. Aí tinha inaugurado um restaurante novo, e eu fui. Quando entrei, na primeira mesa estava o Eurico e todo mundo do Vasco. Entrei e cumprimentei. Ele me olhou com aquela cara, aí fui sentar. Fiquei lá com meu chope, e, quando fui pagar a conta, ele já tinha pago. Ele era estourado, mas uma pessoa boa - defende. Por incrível que pareça, Cabelada - apelido que ganhou na infância pelos longos cabelos - já chegou até a ser chamado de flamenguista. Ele defende-se dizendo que jamais beneficiou o Rubro-Negro, mas algumas marcações foram questionadas. É o caso de uma em agosto de 1982, durante o Estadual daquele ano. O árbitro deu acréscimo, e a partida entre Flamengo e Bonsucesso, que se encaminhava para o empate por 2 a 2, teve um lance polêmico que acabou mudando o rumo do resultado para 3 a 2 a favor do Fla (recorde no vídeo acima). O ex-árbitro diz que a bola entrou, apesar de ela ter terminado fora do gol. Na época, não foi o que considerou o representante do Bonsucesso Nilton Bitar. O dirigente chegou a pedir a anulação do jogo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RJ) por erro de direito, sem que o árbitro tivesse registrado na súmula algum erro. Cabelada, assim como fez na época, nega qualquer equívoco. O Bonsucesso tinha o mando de campo, mas não podia jogar em Teixeira de Castro e levou para o campo do Bangu. O Flamengo tinha o escrete com Andrade, Leandro, Zico... E virou o primeiro tempo 2 a 1 para o Bonsucesso. Aí voltaram para o segundo tempo, o jogo duro, e o Flamengo empatou. Naquela época, quando o time de menor investimento retardava a partida, eu ia até 49, 50 minutos. E saiu aos 49 o gol do Adílio. A bola bateu na rede e saiu. Na posição que eu estava, deu para me certificar de que a bola entrou. Foi um jogo difícil, me cercaram... - conta. Não foi só essa vez que ele foi cercado em campo. E de novo por um lance em uma partida com o Flamengo. Aconteceu na vitória rubro-negra por 1 a 0 sobre o Volta Redonda, gol de Bebeto, em 1985, no Raulino de Oliveira. Por não ter marcado um pênalti para os donos da casa, o que o “Jornal do Brasil” da época tratou como “escandaloso”, um funcionário da Siderúrgica o agrediu na saída do campo. Em defesa, houve revide, e eles pararam na delegacia. Na saída do posto policial, escoltado, viu a violência seguir. Uma pedra foi arremessada e quase atingiu o auxiliar Édson Costa

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