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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Organização: valeu a pena organizar a Copa do Mundo de 1950?


Terminada a quarta edição da Copa do Mundo, o Brasil se pergunta se valeu a pena ter investido tanto dinheiro no evento. A média de público do torneio foi de 47511 torcedores. Mas, se tirarmos as partidas disputadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, a média dos demais jogos em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Curitiba despenca para 7918 torcedores. Dois novos estádios foram construídos especialmente para a competição: o Independência, do Sete de Setembro, em Belo Horizonte, e o Estádio Municipal, no Rio de Janeiro. Apesar de o Brasil ter sido escolhido anfitrião do torneio no dia 25 de junho de 1946, as providências começaram muito tarde. As obras do Estádio Municipal foram iniciadas somente em agosto de 1948. A sorte do Brasil foi que a Copa do Mundo, inicialmente agendada para 1949, foi transferida para 1950 – ou teríamos dado vexame. Toda a preparação foi praticamente deixada para o início deste ano e as obras foram feitas às pressas. Vale lembrar que Porto Alegre e Recife foram escolhidas como sedes apenas dois meses antes do início da competição. Tanto que, nos meses de abril e maio, os sócios do Sport Club do Recife, donos do Estádio Ilha do Retiro, se mobilizaram para fazer as reformas necessárias para a Copa do Mundo. O estádio recebeu apenas uma partida (veja o quadro). A construção do gigantesco Estádio Municipal suscitou uma grande briga entre Ângelo Mendes de Morais, prefeito do Rio de Janeiro (Distrito Federal), e o jornalista e deputado federal Carlos Lacerda, que fazia oposição a ele. Lacerda queria que o estádio fosse construído em Jacarepaguá, região totalmente desabitada, distante 30 quilômetros do centro. Morais bateu o pé e, apoiado pelo vereador Ary Barroso, famoso compositor e locutor esportivo, preferia construir o estádio no terreno antes ocupado pelo Derby Club, hipódromo desativado depois da fusão da entidade com o Jockey Club na década de 30. O local fica exatamente no centro geométrico da cidade. Morais contou ainda com a força do jornalista Mário Rodrigues Filho, dono do Jornal dos Sports. O irmão de Nelson Rodrigues divulgou uma pesquisa popular em seu periódico em que ganhou a proposta do prefeito. Mário Filho teve, portanto, papel fundamental em favor da construção do estádio no bairro do Maracanã. No meio do fogo cruzado, Carlos Lacerda usou seu jornal, Tribuna da Imprensa, para espalhar o boato de que o estádio tinha problemas estruturais e não resistiria ao primeiro jogo. Cerca de 3000 funcionários foram convocados para pular nas arquibancadas e mostrar que tudo não passava de intriga da oposição. Quinhentos mil sacos de cimento, seis empreiteiras e 4500 operários trabalhando nos meses finais foram necessários para a construção do Estádio Municipal. A obra do maior estádio do mundo durou 667 dias. O estádio foi projetado para receber 155000 pessoas (93500 nas arquibancadas, 30000 nas cadeiras, 1500 nos camarotes e 30000 em pé, no chamado setor das “gerais”).

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